segunda-feira, 8 de março de 2010

Uma década em branco

Este fim-de-semana foi quase todo ele dedicado a ler jornais. O Público fez 20 anos e, para os celebrar, publicou inúmeras notícias sobre a evolução de Portugal nestes anos de Público, a sua comparação com Espanha e n outras notícias de muito grande interesse. Ao contrário do que é meu costume não trago um link para uma notícia específica, mas para o jornal completo de sexta-feira- aconselho vivamente a sua leitura, bem como a dos jornais que se seguiram neste fim-de-semana.

Uma grande base das notícias de fundo nascem da análise aos dados extraídos da Pordata com a orientação de António Barreto, seu mentor, e director por um dia do Público a 5 de Março. Em grande parte dos indicadores, nomeadamente nos indicadores económicos, é evidente um grande crescimento na década de '90 e uma estagnação na primeira década deste século. Esta evidência deveria ser suficiente para preocupar as pessoas e, no que ao políticos diz respeito, recentrar as suas políticas uma vez que é evidente que as que têm sido postas em prática nos últimos anos não trouxeram grande mais valia.

Entre vários indicadores, gostava de realçar o que diz respeito aos gastos da segurança social, em percentagem de PIB. Estes cresceram de 7,9% em 1990 para 16,1% em 2008, enquanto o PIB cresceu 31% no mesmo período. Passando para euros, temos que enquanto que em 1990 os gastos com a segurança social eram cerca de 6,8 mil milhões de euros, passaram para cerca de 21,3 milhões de euros em 2008 (a preços de 2000). Mas, ao analisar os dados, vemos que se a primeira destas duas décadas foi a que corresponde ao crescimento real do PIB (na segunda quase que estagnou), é na segunda década que os gastos da segurança social deixaram de acompanhar a evolução do PIB, tendo havido dois anos em que este crescimento foi mais notório - em 2002 passou de 10% para 13%, e em 2008 de 13% para 16%.

É urgente repensar um modelo político e social para Portugal de modo a que a nossa economia possa crescer. Para além disso deveremos pensar o que representam os valores dos gastos da segurança social e qual o ganho real que se obteve com este aumento de despesas.

2 comentários:

  1. foi o aumento da despesa na seguranca social que levou ao abrandamento economico ou foi o abrandamento economico que levou ao aumento das despesas 'sociais'?

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  2. Só agora vi a tua pergunta.
    Não vejo como o aumento da despesa tenha levado ao abrandamento económico. Levou, isso sim, a existir menos dinheiro, e menos capacidade de endividamento, que o estado devesse canalizar para outros sectores.

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