quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

E se nos preocupar(mos) com um caminho?

É esta a questão em que penso quando ouço comentários sobre a (des)governação...

Temos estado a assistir nos últimos dias (quase desde as eleições de 27 de Setembro) a uma campanha de desinformação. Por um lado temos um governo que desinforma tentando centrar o debate na (des)governação do país, por outro a oposição alimenta esta teia de desinformação, mas também cria a sua própria teia ao centrar o debate político mais numa questão de carácter que numa questão de políticas.

Ao governo, e particularmente a José Sócrates, a criação da ideia de que o país não é governável na opinião pública é altamente favorável uam vez que desvia a atenção de qualquer assunto potencialmente mais quente. Assim, não se discute o casamento entre pessoas do mesmo sexo, não se discute o modelo do programa e-escolinhas, não se discute o modelo económico do país, como não se discutiu o verdadeiro tema relativo ao orçamento rectificativo - quando é que o governo soube da necessidade de o criar?

Mas ao mesmo tempo, vejo a oposição a alimentar este assunto ao não conseguir centrar a discussão política em reais assuntos políticos. É verdade, não posso dizer que não tentaram, mas já dizer que não têm conseguido aproxima-se da verdade. Ao estar a responder a qualquer ideia de (des)governação lançada pelo PS, entra-se no jogo de onde não se consegue sair. Para mais, ao entrar num combate de carácter, as variáveis que entram em jogo são demasiado para poderem ser controladas. E ainda há que analisar os telhados de vidro de cada partido, e a importância que os eleitores dão a cada falha no carácter - quer do governo, como da oposição.

Por fim, pode-se sempre utilizar a táctica de José Socrátes no Parlamento para seguir em frente - não pegar na deixa e respoder à pergunta que o entrevistado quer que lhe façam... Não passa de uma sugestão, mas quanto mais se discutir este particular assunto, mais se escolhe um caminho onde o nosso futuro não é discutido - é apenas adiado até às próximas eleições.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Visão de Futuro

Na minha passagem matinal pelas notícias, deparei-me com a notícia da medida proposta pelo governo irlandês de cortes de salários nos seus funcionários, para o próximo ano (ver aqui).

Fiquei, não com o desejo de ver esta medida transposta para Portugal, mas com a vontade de ver um governo em Portugal que tenha a coragem de propôr medidas drásticas, quando estas venham (que virão) ser necessárias - sejam estas medidas as que forem, não é linear que tenham que ser iguais às propostas pelo governo irlandês. Mais do que um aumento nos impostos, é na despesa que medidas têm que ser tomadas de modo a que, sustentavél, a nossa economia possa crescer e o défice das contas públicas seja controlado sem recurso sistemático a medidas extraordinárias.

Certamente que não será este governo a ter uma atitude frontal contra a despesa, pelo que até agora já demonstrou, no entanto também não tenho a certeza de que qualquer líder da oposição que agora temos, tenha a força de, sendo governo, ter a atitude necessária.

Este é o drama que se encontrará em cena nos próximos tempos.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

COPENHAGA! O FUTURO É AGORA!!

Olá a todos!

Dando sequência às políticas que temos vindo a debater neste espaço do 'Governo dos Outros' trago uma notícia que penso estarmos todos familiarizados: Cimeira de Copenhaga. Perguntar-se-ão o que é que as alterações climáticas têm a ver com política. Ora bem...tem tudo!!! Antes de mais fazer política é consciencializarmo-nos a nós próprios e também os outros que o progresso de uma cidade/país/continente/mundo faz-se com base na sustentabilidade na qual assenta a máxima de que: decisões mal tomadas hoje, custarão muito às futuras gerações amanhã. Aqui em Portugal estamos habituados a trocar de governos e medidas governativas como troca de camisa…..Agora, estamos a falar de algo que afecta toda a humanidade e não apenas este canto da Europa. Neste preciso momento, numa cidade a Norte da Europa, tomam-se decisões que afectarão algumas políticas de governação no nosso próprio país (nota: principalmente decisões que não se tomem agora na Cimeira afectarão de sobremaneira a nossa qualidade de vida, dos nossos filhos e netos).

O que vai acontecer em Copenhaga? Vai-se decidir como dar continuidade ao Protocolo de Quioto assinado em 1997, naquela cidade japonesa, e que definiu limites de emissão/reduções de emissões de gases de efeito estufa no período entre 2008-2012.
Transcrevendo aquilo que foi dito pela Ministra do Governo da Dinamarca no inicio da cimeira, o objectivo será o de responder a 4 desafios:

- A médio e longo prazo o acordo deverá estabelecer metas de redução dos gases com efeito de estufa nos países desenvolvidos.
- Deverá colocar as grandes economias em desenvolvimento num caminho mais limpo e verde para a prosperidade.
- Necessita de prestar assistência aos países mais vulneráveis: aqueles que serão mais atingidos e atingidos em primeiro lugar.
- O acordo deverá ainda colocar novos aspectos financeiros em discussão - alguns dos quais relacionados com questão do financiamento da adaptação dos países em vias de desenvolvimento - e um consenso precisa de ser alcançado em como podemos trabalhar juntos para disseminar e desenvolver tecnologia e conhecimento.

Estes são os quatro pilares a que temos de responder em Copenhaga. É imprescindível resolvê-los. Não temos alternativa. Temos de lidar com as alterações climáticas, e temos de fazê-lo agora. O limite é Copenhaga. O tempo está a esgotar-se! Vamos cumprir esta tarefa!


E em Portugal como estamos? (www.cumprirquioto.pt)
No âmbito do Protocolo de Quioto e no seio da União Europeia, Portugal assumiu o compromisso de não ultrapassar as emissões de gases com efeito de estufa em 27% no período de 2008-2012, face às emissões registadas em 1990. Actualmente, estima-se que, no período de cumprimento do Protocolo de Quioto: 2008-2012, Portugal esteja 5% acima da quantidade que lhe foi atribuída, o que equivale a emitir mais 19,91 Milhões de Toneladas de CO2e do que o tecto de emissões de gases com efeito de estufa estabelecido.

Como vemos, o nosso próprio país ainda não consegue atingir as metas ambiciosas da União Europeia para um futuro energeticamente sustentável. Estamos a caminho….

P.S: só a título informativo...quem tutela toda esta questão das alterações climáticas no nosso país é o Ministério do Ambiente e Ordenamento do Território (www.maotdr.gov.pt) ao qual preside a Dra. Dulce Pássaro.

sábado, 5 de dezembro de 2009

O SuperEgo da Esquerda

E incrivel como a esquerda nem sequer fez um esforco para compreender o resultado das eleicoes. O PS nao percebeu que ha mais portugueses contra as suas ideias do que aqueles que sao a favor e portanto nao pode impor a sua politica ao pais. O PCP e o Bloco nao perceberam que tem responsabilidades a assumir e que nao se pode concorrer a umas eleicoes e depois agir como se nao tivessem participado. Preferem nao ter qualquer influencia politica do que viabilizar um governo que tenha 10 ou 20% do seu contributo.
O facto de os portugueses nao votarem maioritariamente num partido nao quer dizer que queiram um governo na corda-bamba. O resultado das eleicoes foi mto claro: os portugueses queriam um governo de esquerda com uma influencia do PCP ou do BE.
Mas parece que para a esquerda portuguesa quem cede e quem negoceia, falha. E tudo ou nada. E o pais fica refem desta feira de egos.