domingo, 24 de janeiro de 2010

Pra nós a crise é chinesa: Perigo vs Oportunidade

Dado sequência ao que se tem falado, queria nas próximas linhas focar-me em duas temáticas que, a meu ver, estão intrinsecamente ligadas: a crise e o empreendedorismo. De crise já todos os media têm falado no último ano e meio (digo crise económica e financeira). Todos sabemos os motivos da crise e o que fazer para a superar…e isto dizem-nos os economistas, os sociólogos, que olham para um conjunto de resultados devastadores que teve uma economia baseada no capitalismo e na especulação. Provou-se (mais uma vez na história) que o capitalismo à uma série de anos anunciado pelos americanos é enganador e promotor de injustiça social.

Pessoalmente concordo com Fidel Castro: não será Obama o anjo que resolverá a problemática do capitalismo…...nem Obama nem ninguém. Apenas quando virmos nações, povos, coordenados com o objectivo comum de desenvolvimento (uns mais à frente outros mais atrás devido ao histórico de cada um) podemos sonhar com um mundo melhor. Para isso terá que mudar o paradigma de desenvolvimento social do nosso mundo: eu acredito que isso será feito (sou um optimista por natureza), acredito que o mundo tende à unidade, mas talvez nenhum daqueles os que actualmente conhecemos o verão concretamente…Crise económica, crise social, crise de valores, crise … de fé? Crise, crise, crise….

Crise em chinês escreve-se com dois caracteres: um significa perigo e o outro oportunidade. Quando vejo esta expressão olho para a ‘personagem crise’ e vejo-a num limbo. Esta personagem está parada, reflecte, olha para a esquerda, olha para a direita...de um lado vê o perigo, vê que a base que suportava a sua vida esmoreceu, entende algo terá de mudar senão caminhará para o abismo….do outro lado esta personagem olha para o futuro, olha para aquilo que quer fazer, olha para os sonhos inscritos em cada ser deste planeta….e olha para a ‘oportunidade’. Aqui entra o empreendedorismo sobre o qual eu procurei informar-me.

É empreendedor quem, por iniciativa própria, realiza acções! ou idealiza novos métodos com o objectivo! de desenvolver e dinamizar serviços, produtos ou quaisquer actividades! de organização e administração. Esta atitude depende de vários factores. Acredito que existem pessoas mais predispostas para o empreendedorismo que outras. Aqui cito algumas conclusões a que um estudo europeu chegou sobre as nossas gentes:

Como é a dinâmica empreendedora em Portugal?
A dinâmica empreendedora em Portugal é fraca, tal como se pode comprovar pelo GEM – Global Entrepreneurship Monitor (o GEM é um projecto internacional que tem como objectivo analisar a relação entre o nível de empreendedorismo e o nível de crescimento económico em vários países e, simultaneamente, determinar as condições que fomentam e entravam as dinâmicas empreendedoras em cada país). Assim, de acordo com o estudo referido, em 2001 Portugal ocupa o 21º lugar em termos de empreendededorismo entre os 29 países em análise.

Quais as razões que explicam o baixo investimento português em educação e formação em empreendedorismo?
- Predominância de uma atitude avessa ao risco, transmitida entre gerações;
- Ausência de vocação ou experiência empreendedora dos professores;
- Sistema de ensino destituído de conteúdos e instrumentos adequados para o efeito;
- Quase inexistente ligação entre o mundo dos negócios e a escola.


Penso que estas quatro razões acima mencionadas explicam muita coisa. O empreendedorismo vai ser necessário para sairmos de uma crise económica: muitas empresas fecharam portas por isso muitas terão de abrir ‘janelas’. A nossa e as próximas gerações terão de resolver passo a passo estas 4 problemáticas…Mas, no entanto, cada um de nós pode mudar a sua atitude, pode inovar aquilo que foi o comportamento dos nossos pais e avós, aquilo que porventura está enraizado na nossa cultura: a aversão ao risco, o queremos estar sempre na zona de segurança….Penso que a maior parte de nós, pessoas formadas, temos condições para termos ideias, um plano e não ‘abortar’ aquilo que pode ser uma empresa/uma associação/... promotora de uma melhor sociedade. Também aqui abre-se um diálogo para discussão: para arriscar e criar algo é necessário também ponderação e na certeza de que nada se faz em dois tempos….criar uma ideia…sustentá-la…vivê-la….experimentá-la….vê-la crescer….olhar para trás e ver um caminho feito.

Deixo este post com a velha máxima: quem não arrisca….não petisca!!!

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