quinta-feira, 4 de março de 2010

Cultura de exemplo

Hoje é dia da primeira greve da função pública do governo minoritário de José Sócrates, no entanto é já a décima desde que José Sócrates é primeiro-ministro (ver notícia no JN).
Se em alguns casos, como foram as manifestações dos professores, estas acções têm fundamento, tenho que confessar que com muita dificuldade apoiaria esta greve neste momento do país. Mas não é esse o ponto sobre o qual pretendo escrever.

A cultura de exemplo parte de todos nós. Parte das chefias, que com o exemplo motiva os seus trabalhadores na obtenção de resultados. Mas também parte de cada um na medida em que o seu trabalho é exemplo para o nosso colega. 
Percamos um pouco o nosso tempo a ler o evangelho (Mt 25, 14-30) e vejamos como cada um poderá usar os seus talentos um pouco melhor. Quem tem fé sabe que nos devemos esforçar para glorificar o Senhor através das nossas acções. É uma parte muito difícil dos nossos deveres - frequentemente, eu próprio, sinto que não consigo fazer isso. Mas se quem como eu, vê nessa glorificação um objectivo maior para aplicar os seus talentos e para encarar todas as suas acções tendo em vista esse objectivo, quem não tem fé não se deverá desobrigar de tentar ser um exemplo no seu dia-a-dia. Não o será, obviamente, com vista ao mesmo objectivo, mas para outro, provavelmente muito mais pessoal - que cada um de nós tem, independentemente da fé.

Com isto, e sabendo nós que teremos sempre os olhos de alguém a olhar para nós (e não com o objectivo de avaliar), devemos tentar evitar estar em circunstâncias dúbias. Digo isto motivado, especialmente, pelo facto do secretário-geral da UGT estar hoje, dia de greve da função pública, em Moçambique a acompanhar José Sócrates. Posso tentar, com dificuldade, encontrar uma razão para ser necessária a sua presença em Moçambique, e tem João Proença razão quando diz não ser essencial a sua presença para o desenrolar da greve (quiçá aqui estará a referir-se ao menor impacto da UGT quando comparada com a CGTP), mas nestas alturas não basta estar de greve, segundo afirmações ao jornal "I", tem também que parecer... E nisto, João Proença falha não dando o exemplo e não estando ao lado dos seus.

1 comentário:

  1. É isso mesmo! Se cada um actuar, no seu lugar, o melhor que puder e souber, há-de haver muita coisa que muda para melhor!

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