quinta-feira, 17 de junho de 2010

A poção magica do rejuvenescimento

Durante a noite de 3a para 4a feira, os franceses rejuvenesceram dois anos. Pela manhã, Eric Woerth, ministro do trabalho, anunciava a reforma do sistema de pensões francês. A principal medida é o aumento da idade da reforma dos 60 para os 62 anos. Ha nuances na reforma que vale a pena discutir como a introdução da noção de "penibilidade" de uma profissão para ter em conta que um professor e um trabalhador da construção civil não têm o mesmo desgaste durante a vida activa (depressa houve quem falasse de penibilidade fisica e psiquica e ai é que as coisas se complicam). Ha também a preocupação de estimular o emprego dos mais velhos para que as reformas não sejam simplesmente transferidas para o fundo de desemprego. Mas eles também sabem que se vai passar a haver mais pessoas na vida activa, têm de ser criados mais empregos pela economia... senão são os jovens que vão ter uma passagem pelo fundo de desemprego no curriculum.
Tudo isto merece discussão mas o que me chamou à atenção foi a capa do Libération com o titulo: 

Baby-boomers: Os meninos mimados da reforma
 No artigo comenta-se o facto de que 40 anos depois do Maio de 68, a reforma do sistema de pensões sera a derradeira vitoria da geração dos "baby-boomers". Esta geração nascida do baby-boom do pos-guerra, "vista como abençoada pelos deuses" sera poupada às novas medidas.

Para eles, o crescimento, o optimismo politico, a revolução de costumes e agora os velhos dias ao abrigo das necessidades da sociedade do inicio do século.

Para as gerações seguintes, o desemprego, a precaridade, a divida publica e no horizonte, uma reforma escassa.

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