quinta-feira, 28 de outubro de 2010

De tabu em tabu até à abstenção fina

Após uns dias de "intensas" conversações, eis que elas foram interrompidas - de forma oficial, claro.

De uma forma ou outra, as presidenciais tiveram enorme peso em todo este jogo. Senão vejamos:
1 - Marcelo, ao anunciar a data de apresentação da candidatura antes da realização do Conselho Nacional do PSD, mostrou a data limite para acordo sobre o orçamento;
2 - Cavaco Silva, ao comentar a decisão de negociação por parte do PSD estava a dizer duas coisas: para o governo, que este teria que se aproximar do caminho do PSD; para os portugueses (eleitores), que ele tinha sido uma peça fulcral no caminho da aprovação do orçamento;
3 - O PSD, ao querer a decisão tomada antes da apresentação da candidatura presidencial, pretendeu abrir caminho até às eleições para que Cavaco Silva fosse reeleito sem grande sobressalto;
4 - O PS, ao adiar para quarta-feira, a reunião que era suposta ter sido realizada na terça, antes da apresentação da candidatura, pretendeu forçar Cavaco Silva a misturar a figura de PR e candidato;
5 - Cavaco Silva, ao convocar, de imediato, uma reunião do Conselho de Estado para sexta-feira, pretendeu mostrar-se activo e presente e, ao mesmo tempo, mostrar que até às eleições ainda tem uma palavra a dizer.

O corolário natural de todo este processo será, na próxima quarta-feira, o PSD anunciar a abstenção salientando o papel de Cavaco Silva enquanto presidente para a sua decisão.

Apesar de existirem ainda outros pontos que fariam o tabu adensar-se até à abstenção final, esta cronologia não andará muito longe da verdade.

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