domingo, 3 de janeiro de 2010

Proust

Volto ao "Expresso" e leio a entrevista com o Eduardo Lourenço, uma entrevista interessante - somos poucos e temos poucos assim.

Tem hábitos que gerações mais novas acham impensáveis: escrever à mão, não usar computador, nem googlar... Mas interrogo-me, ao ver falar sobre Goethe, Chateaubriand, Proust (entre outros), sobre estas gerações. Que identidade constroem, que saber se acumula, que outros conhecem... Duvido até que agora se recorra às enciclopédias... Qual Luso-Brasileira, qual Larousse se agora temos o Google e a Wikipédia.

Vejo o mesmo nos nossos políticos - terão lido e entendido? Ter-se-ão identificado com o pensamento de alguém? Terão construído o seu próprio pensamento fundado em algo?

Recordo-me quando inicialmente pensámos neste blog que um dos primeiros conselhos foi "lê, lê de tudo, tenta ler todos, só assim irás fundamentar as tuas opiniões e os teus textos e passar do "eu acho"". É um facto, o saber, o conhecimento, as próprias opiniões, não se formam de ver televisão, de googlar, nem mesmo de só ler outras opiniões e jornais. Tem-se que ler... Mas pouca gente lê... Por isso sim, concordo quando se diz que a nossa crise não é só económica, mas de valores - já nem os conhecemos...

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